Onde não existe gravidade, livre do peso da responsabilidade de viver nesse planeta doente.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Casa nova.

bom, querido seguidores (alguém ainda lê isso?), estou mudando de endereço.
Para um mais original, melhor (assim espero) e apenas com textos próprios.
À quem possa interessar:
http://devaneiosimproprios.blogspot.com/

xoxos, SB.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sobre os relacionamentos.

Pensemos nas pessoas: você se apega, cria sentimentos por elas, e sempre sofre com isso. Seja por abandono, seja por desentendimentos, seja por distância ou por qualquer outro fator.
Vinícius afirmava que o amor é uma chama. Metaforicamente, como uma vela, a durabilidade é inversamente proporcional à intensidade. Quanto mais luminosa for, mais rápido se extinguirá. Cruel? Não. Real. Relacionamentos têm prazo de validade. Mas o que não tem validade, se a própria vida já a possui?



“que eu possa lhe dizer do amor que tive:
Que não seja imortal, posto que é chama,
Mas que seja infinito enquanto dure”
Vinícius de Moraes


“A eternidade é o estado das coisas nesse momento.”
Clarice Lispector.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

capítulo 2

Melissa subiu as escadas rumo ao seu quarto. A cada degrau, o medo de um possível arrependimento se tornava mais nítido. Nem ela sabia bem o que tinha acabado de fazer. Simplesmente havia tomado uma decisão de maneira impulsiva. Nunca havia feito isso antes. A boa e velha Mel se importava com o que os outros iriam pensar, nunca tomava decisões sem antes ponderar e fazia todo o esforço possível para mostrar para os outros que sua vida era magnífica. Filha de pais que tentavam a todo o custo fazer parte da nata da sociedade carioca, fora ensinada a ser perfeita.
Agora, ela simplesmente se cansara dessa hipocrisia social e decidira mudar sua vida. Ela não tinha culpa se todo o dinheiro dos seus pais não poderia comprar um nome de alguma família tradicional. Começou a namorar Pedro por insistência da mãe. Sob o discurso de que Pedro lhes traria um nome, lhes traria status social, que ela aprenderia a amá-lo com o tempo e que isso era o que realmente importava para uma vida plena e feliz. Ela resistiu no início, mas depois cedeu. Pedro Albuquerque era um protótipo perfeito de namorado, e gostava dela. Tudo que ela fez foi dizer sim.
Desde então, sua vida caminhou para o ápice da insatisfação pessoal, tão mascarada pela hipocrisia que ninguém nunca notou, nem mesmo seus amigos. Mas agora, ela havia cansado de tudo aquilo e decidira fazer o que quisesse e o que tivesse vontade, na hora que tivesse vontade. Optara por agir de acordo com os seus princípios e vontades, mesmo que isso magoasse seus pais.
Chegara o último degrau. Ela segurou a maçaneta, hesitou por um momento e disse baixinho, como um desabafo para si mesma:
- eu fiz o certo. Não era justo estar prendendo-o daquele jeito. Três anos, e eu não o amava, embora saiba que não encontrarei pessoa melhor do que ele para me relacionar. Assim, eu o estou poupando, e poupando a mim. Pedro vai sobreviver. Chega de me importar com os outros, daqui pra frente, vou me importar comigo, com os meus objetivos e vou ser o que eu realmente sou.
Entrou no quarto, tirou o vestido, deitou-se e dormiu. Sem banho, com maquiagem.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

capítulo 1

Era o início de outubro, de um ano que não importava. Eles estavam no carro, voltando de um fim de semana no sítio do avô dele. Tudo havia sido perfeito, assim como o namoro de 3 anos havia sido até então. Nunca brigavam, ele estava sempre disposto a ouvi-la e acalmá-la. Pedro era o namorado perfeito, ou melhor, a perfeição em pessoa: 19 anos, educado, sincero, romântico, esforçado, inteligente e bonito. Como era bonito.
Ela também não ficava rebaixada perto dele. Alta, esguia, cabelos loiros e lisos, mas levemente encaracolados nas pontas. Olhos expressivos e de um castanho profundo, ainda mais destacados por cílios longos, quase que cruéis. Boca carnuda sempre coberta por um gloss levemente rosado que dava o toque final naquele rosto que parecia feito à mão. Era inteligente como ele, e tinha um esforço quase que doentio para que tudo estivesse em seu lugar certo, em seu eixo, perfeccionista como era. Tinha o sonho de fazer a faculdade perfeita, ter o casamento, os filhos e emprego perfeitos. Mas agora, ela estava simplesmente trajando um vestidinho de verão rosa claro e sandálias de marca igual ao seu nome. Melissa estava muda, com a cabeça apoiada no vidro do carro. Seus lindos olhos traziam uma expressão vazia. Naquele momento, se eles são mesmo a janela para a alma, sua alma estava vagando, explorando um lugar bem longe dali. Ele a perguntou se estava tudo bem, ela disse que sim. Sua clara fisionomia mostrava que não. Ela parecia estar pensando em algo que mudaria toda a sua vida. E estava.
Pedro parou o carro. Tinham regrassado, chegara a hora da despedida. Ele abriu a porta do carona, ela desceu e ele a segurou pela cintura, fechou a porta de maneira gentil, e empurrou a garota levemente contra o carro, mas firme. E a beijou. Um beijo tenro, delicado. Retribuído quase que com culpa. Deram-se as mãos e andaram até a porta da casa. Ela soltou a mão dele e finalmente disse alguma coisa.
- Eu quero terminar.
Ele riu.
- Mel, você não é de brincar, por que quer começar agora? Melhor você entrar logo, antes que eu não resista, te agarre e te leve pra minha casa!
Ela manteve a feição e então ele entendeu que ela não queria começar a brincar. Era sério. Aparentemente três anos de perfeição estavam sendo descartados. Pedro sentiu-se congelar, estremecer e ter seu coração fragmentado em milhões de pedaços. Pensou em tentar fazê-la mudar de idéia enquanto tentava controlar a dor, mas tudo que conseguiu fazer foi perguntar o porquê. O que poderia ter acontecido no final de semana? Se correra tudo bem, o que mais poderia abalar um relacionamento tão exemplar?
- Desculpa, pê. Não aconteceu nada. Eu só cansei disso. Cansei de tentar ser perfeita, cansada de todo esse marasmo, de toda essa perfeição. Eu não sei o que eu quero. Mas agora eu vejo que é bem diferente de tudo que consegui. Obrigada por todos esses anos e por todo o carinho. De verdade. Não me procura mais, por favor.
Dizendo isso, beijou-o na testa de forma estalada, abriu a porta, olhou-o mais uma vez, e entrou. Ele estava apático, parado exatamente onde ela o deixou. Então olhou pro chão, como quem procura pelo coração despedaçado, e dirigiu-se ao carro. Entrou, respirou fundo e foi embora. Pedro conhecia Melissa muito bem, e sabia que quando ela tomava decisões, ela não voltava atrás. Entretanto, não precisava conhecê-la por tanto tempo para saber que aquele último olhar era definitivo, ela não queria vê-lo nunca mais.

domingo, 9 de agosto de 2009

PRÓLOGO.

estou escrevendo um livro. se vai ficar bom, não faço a menor idéia. e nem quanto tempo levarei para terminar. mas vou postá-lo aqui. :)

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PRÓLOGO.

Mais uma vez, como uma menininha indefesa, ela estava presa no seu mundinho, cada vez mais paralelo a realidade, enquanto se via sentada em sua cama, a chorar lágrimas que cada vez mais se assemelhavam a sangue. Com tanta gente no mundo, por que ela o queria tão fortemente? Por que mesmo sabendo que poderia muito bem viver sem ele, ela continuava a insistir nesse amor platônico?
Enquanto ela se via presa na fantasia e nas lembranças que faziam seu coração palpitar, o telefone tocava.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Vida

'A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.

Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?'


Vida - Charles Chaplin


Grande Charles. \o/

domingo, 3 de agosto de 2008

Força, flexibilidade, superação.

' Seja forte não como a ventania, que a tudo destrói, mas sim como as rochas, que a tudo resistem '

Às vezes certas coisas acontecem conosco de uma maneira tão inesperada que mudam todos os nossos planos. Coisas boas, coisas ruins. Alguns males que vem para o bem, principalmente. Só depende do ponto de vista, sempre existem dois lados de uma mesma moeda. Basta compreender cada um deles, e não tentar entender a complexidade do ser humano, afinal, a gente só se conhece MESMO no fim da nossa vida, então nunca iremos realmente saber o que o outro sente com clareza, nem saber do que ele é capaz quando exposto à determinadas situações. Superando obstáculos, vencendo desafios, amando, vivendo.

Palavra chave de tudo isso: Flexibilidade. :D